Roteiro do Central Park em Nova York: dicas para aproveitar
O Central Park é um dos pontos turísticos mais famosos de Nova York e está presente no roteiro de viagem de praticamente todos os turistas. Ele é querido por locais e por quem visita a cidade, mas tem muito do parque que pouquíssima gente conhece. Algumas das partes mais lindas eu só fui conhecer depois de anos morando aqui em NY.
Considerando o seu tamanho e importância, é claro que tenho MUITA coisa pra falar sobre o Central Park e meu objetivo aqui é ser detalhada e o mais completa que consigo sem ser chata (espero que dê certo).
Resolvi escrever aqui tudo que acho legal você saber e o que eu gostaria que tivessem me contado quando visitei Nova York as primeiras vezes, mas também não vou ficar falando sobre cada estátua ou cada metro quadrado do parque obviamente. Se você sentir falta de algo ou tiver curiosidade de saber mais sobre alguma coisa que eu não falei aqui, vou adorar saber nos comentários. E prometo que sempre que eu descobrir algo legal que valha a pena ser dividido, atualizo aqui pra contar pra vocês.
Como este guia ficou muito longo, vou dividi-lo em mais de um post. Este é a primeira parte e com as dicas mais gerais e talvez mais importantes pra quem quer montar o seu roteiro e aproveitar bem o Central Park, mas não se interessa necessariamente pelos detalhes do que vai encontrar lá dentro.
Guia do Central Park em Nova York: Dicas Gerais
Separei essas dicas pra te ajudar a organizar o seu roteiro e o seu passeio pelo Central Park.
Como encaixar o Central Park na programação
Não existe um único jeito de aproveitar o Central Park. Como e por quanto tempo visitar o parque vai depender de cada pessoa, do seu tempo de viagem, da estação do ano e dos seus interesses. Aqui vou tentar te dar todas as ferramentas pra você poder definir o SEU jeito, mas só saber que não existe uma única forma certa de aproveitar o parque, já tira o peso das costas de quem ficar responsável pelo seu itinerário. O importante mesmo é curtir a sua viagem!
Vale lembrar que o Central Park passa por mais de 50 ruas e 3 avenidas, em uma área de mais de 3.400 m². É muita coisa e você não precisa querer gabaritar o parque! Ninguém faz isso então não se cobre por medo de perder alguma coisa. Em NY tem coisa demais e a gente nunca consegue ver tudo mesmo.
- Se quiser conhecer a parte mais tradicional e famosa do parque, separe pelo menos meio dia para a visita.
- Para uma visão mais detalhada, recomendo dois períodos divididos em dois dias diferentes.
Independente da escolha, o ideal é combina-la estrategicamente com outras programações nos arredores, como o museu de história natural, o MET e um passeio pelo Upper West ou Upper East Side.
Mesmo que você queira ter uma visão meeega completa do parque de ponta a ponta, vale quebrar a programação em mais de um dia e combinar a visita com outras atividades por perto, assim você consegue se desgastar menos nas andanças, aproveitar melhor as vizinhanças e até valorizar mais as diferentes partes do parque. Quando a gente fica só “parque, parque e mais parque” a gente perde um pouco a sensibilidade pra aproveitar cada cenário, sabe? Então quebrar a rotina com uma outra programação é prático e ajuda a dar aquela revigorada pra você curtir mais o que decidiu conhecer do Central Park.
Seguindo o jeitão VPD de ser, pra te ajudar a saber o que priorizar, ao longo do guia vou classificar os diferentes pontos do parque em 4 cores, que determinam 4 categorias diferentes:
- Imperdível
- Se tiver tempo
- Depende do interesse
- Não recomendo
Isso não vai fazer diferença nenhuma nesse post, já que só entro nessa classificação na segunda parte do guia, mas já estou te contanto desde agora pra você saber como vai funcionar. E independente da classificação, vou tentar dar uma visão resumida do que você encontra em cada parte do parque, assim você também vai poder avaliar o que vale a pena pra você e pro seu grupo.:)
Separe tempo para ser espontâneo
O Central Park é cheio de paisagens lindas, história, monumentos e coisas pra fazer! É super legal você definir o que acha mais importante e o que você não quer perder, mas não deixe também de separar tempo para ser espontâneo.
Tente montar a programação com um pouco mais de folga, pra ter aquele tempo extra pra você aproveitar o parque no seu ritmo, curtir os detalhes, as flores que você achou bonita, tirar foto, curtir uma música local, procurar informações sobre uma estátua que te chamou atenção, olhar as pessoas, as paisagens, parar com crianças nos parquinhos e por aí vai.
Saia do básico
A área mais turística e famosa do Central Park é maravilhosa, mas confie em mim: o Central Park fica ainda mais lindo e com outra vibe muito mais calma depois da rua 70, quando a gente pára de ver aquelas carruagens e camelôs. Como você já deve querer ver alguns dos locais bem pertinho dessa parte do parque, suba mais um pouco e estique o passeio pra curtir as áreas menos conhecidas, mais calmas e silenciosas. Vai valer a pena.
Dica para se localizar no Central Park
É super fácil de se perder dentro do Central Park, mas tem um truque fácil pra você se encontrar. Pouca gente sabe, mas os postes de luz do Central Park trazem um código pra te ajudar a se localizar. São dois tipos de códigos diferentes.
- Os postes grandões tem uma placa com 1 letra e 4 números, igual o da foto abaixo. A letra indica qual lado do parque você está. Se for W, você está do lado West ou seja, Oeste. Se for um E indica East, ou seja Leste.
- Os dois primeiros números indicam a altura que você está, ou seja, a rua que cruza o parque nessa altura.
- Os últimos dois números indicam a quantos postes de distância dessa rua você está.
A outra versão, mais antiga, fica nos postes menores que nem o da foto abaixo. Eles tem uma plaquinha prata ou um código mais escondidos de preto da mesma cor que o poste. Nesse caso funciona assim:
- Os dois primeiros números são a rua que você está cruzando.
- Os dois últimos, se forem pares, significam que você está do lado Leste. Se forem ímpares é porque você está do lado Oeste. Quanto maior os dois últimos números, mais pra dentro do parque você está.
Atenção para eventos sazonais
Saber a programação sazonal do parque é importante tanto para você definir se tem algo que você quer ver como também para fugir de alguma programação que possa te atrapalhar. Por exemplo, ver a maratona de NY é interessante (apesar de romper completamente com a paisagem do parque), mas nos dias antes e depois do evento, fica um pequeno caos para montagem e desmontagem das arquibancadas e estrutura que você pode querer evitar.
O site do Central Park mesmo é ótimo pra você checar a programação e ver como isso pode afetar as suas decisões no seu roteiro de viagem. Uma das coisas mais legais é ver como o parque muda em cada estação do ano.
- Na primavera, o parque fica lindo todo florido, especialmente na época das cerejeiras.
- No verão tem sempre muitas atividades rolando no parque, desde apresentações teatrais do Shakespeare on the Park até shows gratuitos.
- No inverno, dá pra curtir o parque de um jeito especial nos dias de neve, escorregando na neve, brincando de fazer guerra e bonecos de neve, bem aquela cena de filme (só que só acontece alguns dias por ano). Além disso, tem a pista de patinação do parque e programações de natal.
- No outono, veja a melhor época pra curtir a folhagem (o pico costuma ser no começo de novembro) e confira as programações de Halloween, maratona de NY e Thanksgiving.
A melhor rota básica no Central Park
Já deu pra ver que eu sou sempre defensora da bandeira de você fazer as coisas do seu jeito e não acho que você deva seguir isso à risca; mas, pra te ajudar a ter um ponto de partida, uma boa alternativa de roteiro básico para começar o Central Park é começar pela entrada mais sudeste do parque, perto do The Plaza (aproveite e já tire suas fotinhos por lá também) e depois ir passando principalmente para os seguintes pontos:
- Gapstow Bridge
- Wollman Rink, quando a pista de patinação estiver aberta
- Carrossel, se quiser conhecer
- The Mall
- Bethesda Terrace
- Bow Bridge e Cherry Hill
- Strawberry Field e Dakota Building logo na saída do parque.
Esses são só os principais pontos, mas tem muito mais que vale a pena incluir, até mesmo sem sair dessa rota, e vou detalhar tudo isso na segunda parte deste guia. O ideal é você usar essa lista basicona como um ponto de partida mesmo e incrementá-la de acordo com o perfil do seu grupo. Também dá pra mudar muito essa lista se você quiser – e não tenha medo de querer, viu? Por exemplo, dá pra fazer só a parte Leste do parque para combinar com o MET e a parte Oeste outro dia, combinando com o Museu de História Natural. As possibilidades são inúmeras e todas podem funcionar!
Cuidado com os golpes
No parque mais icônico da cidade mais famosa do mundo, é claro que tem golpe pra pegar turista, né? Mas você já vai avisado pra não cair em nenhum deles. Por favor, esqueça aquelas carruagens e tuk tuks pra passear pelo parque. Primeiro que eles cobram um absurdo! Segundo que muitos destes motoristas, em busca de uma gorjeta maior, pagam de guias, só que contam várias mentiras enquanto passeiam com os passageiros. É tanta mentira que chega até ser engraçado pra quem vê de fora. Não caia nessa! Andando ali você perde de caminhar e realmente admirar o parque; todo o ponto do passeio. Nunca vi uma pessoa com cara de feliz naquelas carruagens, pode notar!
Se você quiser ir para uma área mais distante do parque sem caminhar tanto, sempre dá pra alugar uma bicicleta do citibike. Se não quiser se desgastar, dá pra pegar metrô ou taxi até a altura do parque que você quer visitar e entrar diretamente no ponto do seu interesse. Vai ser mais prático e mais barato do que aqueles transportes internos. Fora que eu morro de dó dos cavalos.
Além disso, os mesmos monges falsos que a gente vê na Times Square, também dão as caras em parte do parque pra te enganar e te pedir dinheiro. Não dê trela que é golpe também!
Escolha bem o dia da visita
O Central Park é sempre gostoso, mas se você quiser encontrar o parque um pouco menos lotado, recomendo visitar durante a semana, quando muitos residentes estão trabalhando ou nas escolas. Isso é especialmente válido pra quem quer ir nos lugares mais famosos do parque, como a Bethesda Fountain, por exemplo. Agora, se você gosta mesmo de movimento e lugares lotados, então o Central Park nos finais de semana vai ser maravilhoso pra você.
Audio Guide
O Central Park oferece um audio guide gratuito por todo o parque que pode ser acessado pelo aplicativo de celular. Você vai encontrar ao longo do passeio, várias placas com o QR Code para baixar o aplicativo. Nessas placas também você encontra o código para escutar mais detalhes sobre a região. Infelizmente não está disponível em português; só em inglês, espanhol e francês.
Alimentação e banheiro no parque
Eu acho que a maioria dos locais para comer no Central Park são caros e não valem a pena. Tem TAAANTA coisa boa nas redondezas, que o melhor mesmo é você se programar pra comer nos bairros vizinhos ou comprar um lanchinho por lá antes e trazer pra comer tranquilamente no parque, de repente até fazer um piquenique. Também não recomendo muito usar os bebedouros. A água é limpa, mas já vi muita gente limpando o bumbum do cachorro ali pra ter coragem de beber a água. =/
Falando dos banheiros, você encontra vários pelo parque, mas eu pessoalmente prefiro usar os de hotéis próximos, lojas e outros pontos comerciais aos arredores. Uma dica útil pra viagem inteira é baixar o app “Flush – Toilet Finder & Map” pra encontrar banheiros públicos legais e limpinhos pela cidade toda. 🙂
Com essas dicas, acho que você já tem um bom ponto de partida para montar sua programação e ter um dia super gostoso no Central Park. E se quiser saber mais detalhes sobre as diferentes partes do parque, suas curiosidades e história, é só acessar a segunda parte do guia. Espero que aproveite muito a sua viagem e o parque.