VPD Nova York

Roteiro do Central Park em Nova York: guia completo para visitar

O Central Park é um dos pontos turísticos mais visitados de Nova York, mas pouca gente conhece alguns dos seus locais, histórias e monumentos mais incríveis. Depois de anos visitando o Central Park quase toda semana, resolvi fazer esse guia prático e o mais completo que consigo, pra te ajudar a aproveitar ainda mais o seu dia nesse parque tão maravilhoso. 

Nesta, que é a segunda parte do Guia do Central Park, quero passar pelas diferentes regiões do parque, contando um resuminho do que você vai encontrar em cada uma delas, sempre com a minha opinião do que vale a pena conhecer ou não. Seguindo o jeitinho dos roteiros do VPD, vou classificar tudo que você encontra no Central Park de acordo com 4 categorias.

Antes de continuar, se você ainda não viu a primeira parte desse guia, recomendo de verdade que comece por lá, pra ver todas as dicas gerais sobre como encaixar o Central Park no seu roteiro, melhor itinerário e outras dicas práticas. Clique aqui para ver todas as dicas gerais do Central Park.

Tem muita coisa legal e pouco conhecida pra ver no Central Park

Entendendo o Central Park

Essa parte do guia é mais pra quem curte saber a história por trás da criação, para entender melhor o parque. Eu pessoalmente acho tudo isso muito interessante, mas se você não acha, não tem problema. Pode pular pra próxima parte do post sem dó! 

Como e por que o Central Park foi criado?

Nos anos de 1840, um escritor chamado Willian Cullen Bryant (o mesmo do Bryant Park) começou a levantar essa bandeira de que a cidade precisava de um espaço verde pra todo mundo aproveitar. Ele dizia que a cidade precisava de pulmões, que os ricos tinham suas casas de campo pra fugir mas a maioria das pessoas não.

O “grid plan” da cidade não contemplava espaço verde porque eles acharam que as margens do rio se tornariam parques naturalmente, mas na prática isso não aconteceu. A cidade cresceu, cada vez mais densa e em condições insalubres, com doenças se espalhando, era horrível pra criar crianças, e um parque podia mudar esse cenário. 

A ideia ganhou espaço e lançaram um concurso para o design do novo parque. Só 33 projetos foram enviados e ganhou o último! Um raio de esperança para os procrastinadores de que a gente também dá certo. 

O projeto vencedor foi criado por Frederick Law Olmsted e Calvert Vaux, e era completamente diferente dos outros projetos por ser mais natural, com o lema “natureza primeiro, segundo e terceiro – arquitetura só depois de um tempo”.

Por isso mesmo, muita gente acha que o parque é uma área conservada de Manhattan antes da urbanização, mas longe disso. Ele foi todinho construído pelo homem. Nova York tem mais de jeitão Disney do que a gente imagina! A ideia é que as pessoas entrem e se deixem levar, que possam se perder pelo parque mesmo, o oposto do grid plan da cidade. 

Pode parecer que o Central Park é uma área conservada naturalmente de Manhattan mas nada disso: ele foi todinho pensado e construído para dar essa sensação.

Fofoca: tem todo um mistério e uma teoria da conspiração que me deixa muito curiosa envolvendo um dos criadores do parque, o Vaux. Ele afirmou que sabia de um segredo de importância histórica escondido no parque e que tinha documentos que poderiam fazer esse segredo ser descoberto. Ele declarou que tinham forças que não queriam que esse segredo fosse revelado e que ele temia pela própria vida. Dois meses depois ele foi encontrado morto, afogado em uma baía no Brooklyn. TEVE DOIS MESES E NÃO CONTOU A FOFOCA INTEIRA PRA GENTE! Enfim, temos aí a comprovação de que fofoca pela metade mata fofoqueiro! Mas muito esquisito…

Vale lembrar que o Central Park não era nada central na época em que ele começou a ser feito, já que a cidade só estava desenvolvida até a rua 34 mais ou menos. Quem morava nessa região eram pessoas que não conseguiam morar na parte mais populosa de Manhattan seja por questões financeiras e/ou de segurança. Mais notoriamente ali na região do lado oeste, entre as ruas 82 e 89, se desenvolveu uma comunidade majoritariamente de descendentes afro-americanos, que encontraram tensões e violência em Downtown Manhattan aos serem libertos da escravidão e começarem a disputar por emprego com imigrantes brancos. Posteriormente, essa região também recebeu imigrantes irlandeses e alemães. Essa área, chamada de Seneca Village, foi completamente destruída para a criação do parque e hoje, finalmente, sua história é reconhecida e está exposta no parque em cartazes na região onde antes ela ficava.  

Uma das placas adicionadas para contar a história de Seneca Village

O Central Park abriu oficialmente em 1859 e em 1863 ele foi expandido até a rua 110, onde pra mim fica uma das suas partes mais lindas. Cada área do parque é inspirada por diferentes cenários naturais e por isso é tão gostoso passear por ele. É quase como vários parques dentro de um só. 

Nem preciso falar, mas todo mundo sabe que o Central Park foi cenário de um zilhão de filmes e séries: 

E mais vários outros que eu não citei aqui (me conta aí nos comentários o seu favorito). 

Outras curiosidades do Central Park

Eu sempre reparo nas plaquinhas nos bancos pelo parque

Explicado tudo isso, agora sim vou falar das diferentes áreas do parque. Lembrando que elas estão divididas em 4 categorias de acordo com as cores:

Guia Completo do Central Park

Vou começar indo da parte debaixo do Central Park e vou subindo, simplesmente porque a parte mais ao sul é a que concentra a maioria das áreas mais populares.

Uma dica: a lógica das regiões do Central Park é meio confusa, por isso recomendo muito que deixe o mapa do parque aberto enquanto vai acompanhando esse roteiro. No fundo, é muito complicado montar um itinerário aqui sem saber quais desses pontos você vai querer visitar, então fui tentando explicar as coisas por região mesmo. Me pareceu mais lógico.

Minha dica é você usar esse roteiro para entender o que esperar de cada área do parque, definir o que você quer conhecer e ajustar a rota do seu passeio de acordo com as suas escolhas.

Acompanhar o roteiro com o mapa facilita bastante pra você se localizar! Clique na imagem para aumentar. | Mapa: Central Park Conservancy

Parte Sul – a mais visitada

Wollman Rink

A pista de patinação mais famosa do parque. A outra pista mais ao norte (Lasker Rink) está em reforma e fechada este ano. Pode ser uma experiência super icônica e a cara de NY nos meses mais frios, mas fica o aviso: aqui você precisa pagar pra patinar enquanto em outros locais (como o Bryant Park) você só paga pra alugar o equipamento e patina de graça.   

Wollman Rink no Central Park

Gapstow Bridge

Uma das pontes mais famosas do parque, junto com a Bow Bridge. Faz parte de um cenário lindo com o lago e é um dos pontos mais populares para fotos e pedidos de casamento. 

Central Park Zoo

Eternizado pelo filme de Madagascar, o zoológico do Central Park na verdade não estava no projeto original. Ele foi criado depois do parque começar a receber “doações” de animais exóticos. Hoje ele tem alguns animais mais chamativos como os leões marinhos, urso, pinguins, mas ele é beeeem pequeno e até meio caído em alguns aspectos. Eu acho meio deprê ver os ursos velhinhos, presos lá e só dormindo, tadinhos. Se a ideia é visitar um zoológico bem legal, o Bronx ainda é o melhor lugar. 

Entrada do Zoológico do Central Park

Aqui você consegue ver os leões marinhos só passando pelo lado de fora do Zoo se tiver curiosidade. Se decidir ir, vai ser um passeio divertido pras crianças e não precisa ser muito demorado. Na hora de comprar o ingresso, preste atenção nas opções. Em geral, o padrão inclui um filme que ninguém quer ver, então se a ideia é só passear, compre o ingresso mais barato que te atenda.  

O Central Park Zoo é dividido em duas áreas, o principal e o zoológico das crianças, esse eu acho bem bacaninha, com uma experiência mais próxima e inclusive de alimentar os animais. Traga dinheiro trocado pra comprar alimento pros animais. Eu esqueci e ouvi minha filha reclamar um dia inteiro porque ela só foi no zoológico pra alimentar os animais não alimentou. 

Tente ver o Delacorte Clock na hora que ele toca e todos os animais esculpidos no relógio dançam. É um relógio super bonito e fica na área que ninguém precisa de ingresso pra acessar.

O Delacorte Clock é um relógio super bonito

Balto: voltando mais pra dentro do parque mesmo, você pode encontrar essa estátua que foi criada em homenagem ao cachorro que salvou um vilarejo no Alaska ao participar, liderar (e praticamente salvar) uma expedição que tinha ido buscar remédio pra tratar difteria e evitar uma epidemia local. 

A estátua em homenagem ao Balto

Chess & Checkers House 

Hoje é um espaço com mais um centro de informações para visitantes e também tem um monte de mesas que originalmente foram pensado pras pessoas jogarem diferentes jogos. Junto com o the Dairy, o carrossel, o playground e o campo pra jogos aqui perto (Heckscher Ballfields) formam o que antigamente era conhecido como o Children’s District (distrito das crianças). O destaque aqui mesmo é o Heckscher Playground, que é bem legal pra diferentes idades.

Não faltam playgrounds pelo Central Park

The Dairy

Não tem nada pra fazer aqui, só acho legal ver o prédio e saber a sua história. Essa área realmente tinha vacas que produziam leite certificado para a população local. Naquela época, o leite de Nova York passava por um momento de crise de qualidade. As vacas além de mal cuidadas, desnutridas, comiam lixo, o que resultou em vários problemas e contaminação no leite. Um horror! 

Quando isso foi descoberto, era bem a época da concepção do parque e incluíram essa área chamada The Dairy. As vacas ficavam no parque e tinham uma área específica (tipo um porão) para extrair o leite, que tinha qualidade certificada e era vendido a preço mais barato para acesso de população com menos condições financeiras.

A ideia é que as crianças viessem buscar o leite e já pudessem ficar para brincar no playground e no carrossel. Uma parte do parque feita para elas. Há muitos anos essa área já não oferece leite, é apenas um centro de informações para os visitantes.

Carousel 

Uma experiência relativamente barata pra fazer com as crianças (apesar de eu achar que elas preferem os playgrounds gratuitos mesmo). O carrossel do Central Park abre das 11h às 18h (e das 11h às 17h no inverno), 7 dias por semana, desde que o clima permita.

Curiosidade: o carrossel atual é o quarto a ocupar este lugar. Ele foi encontrado originalmente em um terminal de bondinho lá em Coney Island. O primeiro carrossel do parque era puxado por mulas e cavalos de verdade até 1921 (eles movimentavam o carrossel tipo do andar de baixo).

Sheep Meadow

Um gramadão pra brincar ou fazer um piquenique, bem gostoso nos meses mais quentes. Tem esse nome porque também já recebeu animais no passado. Até 1864, ovelhas realmente pastavam nessa parte do parque.  As ovelhas ficavam abrigadas no espaço que hoje fica o Tavern on the Green, um restaurante que já foi bom no passado, mas hoje não vale muito a pena não.

The Mall

Uma das áreas mais lindas do parque pra mim, especialmente com a folhagem de outono ou quando neva. Rende várias fotos maravilhosas. Se você vier na primavera ou no verão, não precisa ficar triste porque é bem bonito também.

Acho demais aquele corredor formado pelas árvores altas. Não tem nada muito fixo pra fazer, é mais curtir o passeio e admirar a paisagem, ver as estátuas por lá e aproveitar qualquer performance que esteja rolando por ali. Tem sempre bastante gente e muita coisa acontecendo. 

Eu acho esse corredor do The Mall super dramático e muito bonito

No começo dessa área do The Mall, você vai ver várias estátuas e monumentos, incluindo a “Women’s Rights Pioneers Monument” que foi adicionado ao parque em 2020 com a imagem de 3 ativistas, em celebração o centenário do direito de voto feminino no país. 

Curiosidade: nos primeiros anos do parque, essa era a área social do povo rico. Eles iam pra essa região se exibir e se conhecer e passeavam até o Bethesda Terrace. Inclusive era um espaço usado pra conhecer e combinar casamentos, praticamente um “Em Nome do Amor” de AINDA MAIS antigamente. 

Monumento em homenagem às pioneiras na luta pelos direitos das mulheres

Ali fica também o Naumburg Bandshell, que já foi um espaço pra bandas tocarem no Central Park mas hoje está meio esquecido. Já passaram algumas bandas por ali e também palestrantes como Fidel Castro, Martin Luther King Jr, entre outros. Hoje não vale muito a pena mas vai estar no seu caminho e provavelmente você vai ver.

Bethesda Terrace

Provavelmente o local mais famoso e um dos mais bonitos do parque todo. Já apareceu em cenas de diversos filmes e séries, como Vingadores, Encantada, o casamento da Blair Waldorf em Gossip Girl e tantos outros. Não deixe de ver o chão as paredes e o teto da parte interna, completamente coberto por azulejos. Todos os mais de 15 mil azulejos foram feitos a mão.

As esculturas encravadas na escada representam as diferentes estações do ano. Eu e a Bia perdemos mais de 1 hora à procura da bruxinha de Halloween e não sei nem dizer porque a gente fez isso, mas se encontrá-la, me conta hein?

Essa área se tornou mega barra pesada nos anos 70 e 80, mas depois fechou e foi restaurado para o que a gente vê hoje.

A famosa e maravilhosa Bethesda Fountain e Bethesda Terrace
Esses azulejos feitos a mão são maravilhosos

The Lake 

É toda a área que contorna esse lago que passa por vários pontos clássicos do parque. Eu adoro sentar na orla e ficar observando o movimento e as tartarugas com meus filhos.

Essa região é super clássica do parque também

Vou falar dos pontos mais importantes e legais aí embaixo, mas pra quem vai passear com tempo e gosta de tirar muitas fotos, pode valer a pena dar uma passadinha até o Ladies Pavilion e a pedrona que fila ali do lado, que dá pra tirar fotos bem bonitas do parque.  Mas é meio desvio de rota normalmente, então avalie se vale a pena pra você ou não. No fundo não falta regiões maravilhosas pra tirar fotos no parque todo.

Eu não subo nessa pedrona do lado do The Ladies Pavilion, mas uma galera tira fotos linda por lá

Bow Bridge

Uma das pontes mais icônicas e famosa do parque, presente em vários filmes e séries e um ponto super popular para pedidos de casamento (acho que eu já vi uns 10!). Tem esse nome porque parece um bow (arco) de arqueiro. 

A Bow Bridge é maravilhosa o ano todo e em cada estação a paisagem fica completamente diferente. Eu amo!

Cherry Hill

Nos arredores do The Lake e da Bow Bridge fica Cherry Hill, que recebe esse nome pela quantidade de cerejeiras ali. Na primavera fica MARAVILHOSO! Normalmente essa é uma área muito cheia, apesar de muito bonita, mas se você visitar durante a semana é bem mais tranquilo. É um dos pontos que eu mais gosto de visitar no parque e de observar a mudança nas diferentes estações. Sempre lindo! 

Eu normalmente não ligo muito pra flores, mas até eu não consigo me cansar das cerejeiras. São lindas demais!

No topo dessa área, fica a Cherry Hill Fountain, que parece muito a fonte usada na abertura do seriado Friends. Muita gente acha que é a própria mas não é: a abertura foi gravada em Hollywood mesmo e a fonte exata não existe no parque. Apesar disso, não dá pra negar a semelhança, então tire a sua foto se quiser.

A Cherry Hill Fountain que para muitos, é a fonte de Friends.

Aluguel de barcos

Um jeito alternativo de passear por aqui nos meses mais quentes é alugando um barco. Você pode alugar um barquinho pra você remar mesmo – o que eu acho uma grande demonstração de confiança na habilidade das pessoas. Eu não garanto que eu não viro o barco. 

Outra opção é alugar uma gôndola com gondoleiro e tudo. Pra isso é só ir mais para a área leste do The Lake, até o Loeb Boathouse. O restaurante que ficava ali fechou, mas o aluguel de barcos continua existindo quando o clima permite.

Strawberry Field

Área que homenageia o ex-beatle John Lennon, que morava e foi assassinado há poucos metros daqui, no Dakota, um prédio imponente na Central Park West com a 72th, onde até hoje a Yoko Ono mora. É nessa parte do parque que fica o famoso mosaico “Imagine” onde tem sempre gente tocando música dos Beatles, trazendo flores e celebrando a vida do John Lennon. Um dos pontos mais famosos do parque.

Strawberry Fields, em homenagem ao John Lennon

Curiosidade: o Dakota

Não é no parque e ninguém me perguntou, mas vou falar um pouco do Dakota. Se diz que o Dakota recebeu esse nome na época da sua criação, porque não tinha tanta gente morando tão ao norte de Manhattan. O prédio ficava tão longe da civilização de lower Manhattan que diziam que ele poderia bem ter sido construído nas Dakotas. Fizeram piadinha, mas o seu criador gostou do nome, foi visionário em querer fazer um prédio de luxo para tirar as pessoas das casonas e expandir a cidade para o norte – e no fim deu super certo, né? Já moraram ali celebridades como Judy Garland, Tom Cruise, John Lennon e claro, a ainda moradora Yoko Ono. Quem já tentou morar ali e foi negado: Madonna, Antonio Banderas e Billy Joel. 

É claro que o que o prédio ficou mais famoso foi por ter sido a cena do assassinado de John Lennon (ele foi baleado ali na calçada da entrada da 72). Eu nunca vi, mas dizem que até hoje, todo dia 8 de dezembro a Yoko coloca uma vela na janela pra ele. 

Parte Central – visitada por alguns

Conservatory Water

Foi feito inspirado no lago do jardim de Luxemburgo em Paris mas é mais conhecido por aparecer em vários filmes, como no do Stuart Little. Tradicionalmente as crianças podiam alugar barquinhos para brincar na água aqui. A brincadeira ainda acontece principalmente aos sábados (entre a primavera e o outono) com quem já tem seus barquinhos, mas desde 2020 o aluguel de barcos parou e ainda não voltou a ser oferecido (pelo menos não que eu tenha visto). 

Nos arredores fica a estátua do Hans Christian Andersen, famoso escritor de tantas histórias infantis. A estátua tem ele lendo enquanto o patinho feio olha pra ele. 

Um pouco mais pro norte, fica a estátua da Alice in the Wonderland, um presente de George Delacorte (o mesmo também do Delacorte Clock do zoológico). Ele sempre vinha aqui com a mulher dele, Maragarida, que adorava os livros do Lewis Carroll, então ele fez essa estátua em homenagem a ela. Ela é feita pra subir, encostar, pra brincar mesmo e as crianças tratam praticamente como um mini playground.

The Ramble

Essa é a área que o Olmstead queria que as pessoas se perdessem, que tivessem algum grau de obscuridade  mas que não fosse impenetrável. Algo que despertasse um quê de mistério, sabe? Muito popular pra ver pássaros e também pra quem quer se sentir mais imerso pela natureza.

Belvedere Castle

Sim, tem um castelinho no meio do parque. Apesar de não ter nada pra ser visto dentro dele (além de um Centro para Visitantes e uma lojinha do parque) o legal aqui é subir para apreciar a vista do parque lá de cima, que é uma das minhas preferidas!

Sim, apenas um castelo no meio do parque!

O lago que você vê lá de cima do Belverde Castle, fica pertinho e chama Turtle Pond. Nos meses mais quentes, é super gostoso chegar bem pertinho da margem e ver um monte de tartarugas por lá. 

As tartarugas do Turtle Pond

Swedish Cottage

Espaço onde acontecem shows de marionetes pras crianças nos finais de semana. Exige ingresso pago e apesar de bonitinho, não acho que vale a pena, especialmente pra quem não fala inglês. As crianças se divertem muito mais nos vários playgrounds do parque sem gastar um centavo dos seus dólares. 

Apesar de achar que não vale a pena o teatro, acho muito fofa essa casinha no meio do parque.

Shakespeare Garden

Do ladinho do Delacorte Theater fica esse jardim que é super intimista (até porque ele normalmente não é muito cheio) e bem charmoso, especialmente nos meses quentes e mais floridos. Por ali a gente encontra diferentes plantas e flores citadas nas obras de Shakespeare junto com algumas pequenas placas de bronze com citações do autor.  

Meio que no fundo do Jardim fica também o Whisper Bench, um detalhe simples que eu adoro!  Esse banco tem um formato diferente que causa um efeito super legal: quando a gente fala (baixinho mesmo) em um canto dele, dá pra outra pessoa escutar esse cochicho claramente do outro lado do banco. Pode fazer o teste! 

Faz o teste nesse banco e depois me conta.
São várias placas com citações das obras de Shakespeare.

Delacorte Theater

Anfiteatro onde todo verão, acontecem as apresentações gratuitas de “Shakespeare in the Park”, encenações super populares das obras de Shakespeare que ao longo dos anos já contou com a presença de nomes de peso como Al Pacino e Meryl Streep. Apesar de gratuitas, as apresentações são super populares e com vagas limitadas, então se programe e se informe mais se quiser assistir a um espetáculo.

Obelisk/ Cleopatra’s Needle

Meu elemento preferido do Central Park. É simplesmente o monumento mais antigo da cidade de Nova York com mais de 3000 anos. Ele é de Assuão/Assuã no Egito e foi feito na época do faraó Tutemés III ou Tutemósis III que para muitos, é datado como o mesmo faraó da época de Moisés. Foram feitos dois monumentos desses e depois outro faraó (Ramesses II) fez os hieróglifos como um tributo a suas vitórias em batalhas.

Mais pra frente, a Cleópatra mandou mover os dois pra Alexandria pra colocar no Cesareum, um templo que ela fez em homenagem a Marco Antonio. Sério, eu acho demais que esse pedaço de história solto ali no parque. 

Sério, não dá! Esse é o monumento mais legal! Apenas uma antiguidade do Egito no meio do parque. Eu acho demais!

Foi um sufoco pra fazer ele chegar em Nova York ainda mais em 1880-1881, mas valeu a pena.! Ele passou por um processo de restauração e agora já está aberto ao público. O Obelisk fica bem atrás do Met, que também tem uma área do Egito incrível. 

Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir 

O maior lago do parque e na época da sua construção foi o maior lago artificial do mundo. É hoje mais uma área linda, popular principalmente entre corredores, já que ele forma uma trilha pra corrida super gostosa, com cerca de 2,5km. Fica especialmente bonita na primavera, com as cerejeiras floridas.

Em 1994, foi rebatizado de Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir em homenagem a antiga primeira dama dos EUA que fez várias doações à cidade e que costumava correr aqui. 

Se você contornar o Reservoir indo para o lado Oeste do parque, vai chegar perto da região onde ficava Seneca Village, uma comunidade predominantemente negra que foi destruída para a criação do Central Park (como eu mencionei no começo deste guia). Ali perto também fica oo Arthur Ross Pinetum que é uma espécie de jardim de pinheiros e a Summit Rock, que sério, é só uma pedra e nada demais. Ela é a maior elevação natural do parque, mas tem várias outras não naturais muito mais interessante. De tudo isso, só acho a história do Seneca Village interessante mesmo. De resto, não vale o desvio ou o seu tempo de viagem.

Desculpa aí, mas pra mim é só uma pedra.

Parte Norte – menos visitada

A parte do parque que fica no Harlem é bem mais calma e bem menos visitada, mas é uma das mais bonitas. Eu sei que vai parecer confuso, mas eu juro que achei mais fácil e menos andanças mudar a lógica do roteiro nessa parte do parque.

Em vez de continuar falando tudo de baixo pra cima, vou primeiro abordar tudo mais ao Leste dessa área do Central Park e depois tudo do Oeste. Vou fazer isso porque acho que muitas vezes, quem decide visitar a área mais ao norte do parque, separa um outro dia pra fazer isso, às vezes combinando até mesmo com a visita ao Harlem. Por isso estou tratando como um novo dia de visita e colocando as coisas na ordem que me pareceu mais fácil. Aceito sugestões para descomplicar aí nos comentários.  

Conservatory Garden

Outra das áreas mais lindas e menos conhecidas do parque, esse jardim faz a gente se sentir na Europa! Ele é dividido em três partes, cada uma inspirada em diferentes estilos de jardins europeus: francês (ao norte), italiano (central) e inglês (ao sul). Explore os três e também não deixe de subir numa espécie de sacada que fica perto da fonte do jardim central, com uma vista linda desse espaço. 

Esses jardins são muito bonitos e completamente diferentes do cenário do resto do parque.

A entrada do parque pelo jardim também é maravilhosa e super icônica, parte da paisagem mesmo! Esse portão tão imponente, chamado de Vanderbilt Gate, pertencia à entrada da mansão de Cornelius Vanderbillt na quinta avenida, que foi a maior mansão da cidade. 

Se esse era o portão, imagina como era a mansão.

Fort Clinton

Um pedacinho da história das guerras americanas dentro do parque. Por ser um ponto bem alto, o Fort Clinton foi usado como um forte na guerra de 1812 contra os ingleses. Antes disso, os ingleses também já tinham construído outro forte aqui em 1776 para criar sua linha de defesa, quando invadiram Manhattan. Hoje, o Fort Clinton é acima de tudo uma parte do parque com uma ótima vista para o Harlem Meer e a parte norte de Manhattan. 

Harlem Meer

É mais longe da rota turística, mas pra quem viaja com mais tempo ou já está pensando em dar um pulo no Harlem, vale visitar porque é uma região linda! Aqui fica uma das áreas onde é possível pescar no parque. Só pesca esportiva, claro (que eu ainda acho um conceito estranho, mas enfim, pode). 

Perto do Halloween, é aqui que acontece todos os anos a Pumpkin Flotilla, ou seja, várias abóboras iluminadas são colocadas na água. É bem bonitinho. Na época do Natal também tem árvores iluminadas desfilando no lago. Se você for visitar em alguma dessas épocas, cheque a programação certinho para saber o dia desses eventos.

Lasker Rink e Pool

Bem pertinho do Harlem Meer fica o Lasker Rink and Pool, um espaço com pista de patinação no inverno e piscina no verão. No momento, está fechado para reforma. 

Nutters Battery

Só pra quem é aficcionado pelas batalhas da história dos EUA, porque sério, nem tem nada aqui. É um espaço onde ficou um forte no passado também e foi meio que reconstruído em 2014. Mas outros fortes originais foram melhores conservados (um pouquinho vai) e podem ser vistos no parque, como o Blockhouse e o Fort Clinton. 

North Woods

Uma área bem grande na parte noroeste do parque, é um dos espaços com mais cara de natural com a proposta de andar e se perder por ali. Ele foi pensado para um contato mais próximo e imersivo com a natureza. É meio ermo (como uma floresta seria também), mas traz alguns dos cenários mais lindos do parque! 

Um dos cantinhos mais tranquilos e que eu mais gosto no parque, o The Loch, bem ao norte.

Uma das partes mais bonitas pra mim é o The Loch e Ravine, uma nascente de cachoeira no meio da floresta e normalmente super vazia.Traz uma paz completamente diferente do resto da cidade. A nascente fica ali e desemboca na área conhecida como The Pool, um lago que também é bonito.

Great Hill

Se você for visitar a parte norte do parque, pode valer parar pra descansar ou fazer um piquenique no Great Hill. Essa área do parque tem um gramado super gostoso e até mesas, que são sempre usadas para piqueniques e festas de aniversário. Se for entrar no parque por aqui, prepare as pernas para subir uma escadona! 

Esse gramado é uma delícia pra picnics (inclusive tem umas mesas por lá também).
Respire fundo e prepare as pernas!

Quase no extremo norte do parque, fica o Blockhouse, que nada mais é do que o resto de mais um forte que foi criado pra proteger o país na guerra de 1812 contra os ingleses. Não parece muito cuidado, mas é a estrutura original mais antiga existente no parque.

Ufa! Queria dizer que acabou, mas eu tenho certeza que ainda vou querer atualizar esse post muitas vezes com mais dicas e informações que vou aprendendo. Sei que é um post longo, mas é um parque gigante né? Se você se sentiu um pouco atordoado com tanta informação, lembre das dicas gerais do post e não se preocupe em ver tudo.

Priorizar é importante e espero que sabendo o principal que você encontra lá no Central Park, você possa tomar uma decisão informada para montar o melhor roteiro pra sua viagem. Vou ficar na torcida para estas dicas te ajudarem a aproveitar ainda mais o Central Park.